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HELIANA BARRIGA | Norte

Autora, Compositora, Apresentadora de Espetáculos Infantis, Sanfoneira, Poeta.

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Poeta e escritora das infâncias, com raízes nordestinas, inaugurou a Série Acalanto da Editora FTD-SP nos anos 1980 com “A Abelha Abelhuda” e “A Perereca Sapeca”. Autora de 57 livros e 10 álbuns fonográficos, destaca-se também como cordelista com obras como “Matinta Perera (2013)” e “Infâncias Cabanas (2023)”. Embaixadora das Infâncias de Belém-PA, é captadora de sons da Floresta Amazônica, brinquedista, multi-instrumentista e performer poética. Foi homenageada na 26ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, reafirmando seu papel como referência na arte e na cultura amazônica.


Contatos:

(91) 99310.3453 | @heliana154





Cordel que muda de cor


O vento me dá a flor

Que pede carona a ele

Vem girando em meu redor

Vai arrepiando a pele

De quem sabe ver a cor

Que o sol trás no ventre dele.


Dizem que cor é ilusão

No arco-íris no alto

Chega eu sinto um sobressalto

Assustando a amplidão

Sete cores me alimenta

A arte que vem e arrebenta

Tudo em mim acomodado

E se eu dormir de lado

Acordo em ponta cabeça

Que eu aqui não esmoreça

E dê conta do recado.


Ninfa chorou nove dias

O abandono do sol

Deus na cor botou o anzol

Tangendo melancolias

Ensaiando maestrias

Inovou no firmamento

Sem usar ferro ou cimento

Construiu os nossos sonhos

Que são doces ou medonhos

Mas enrica o pensamento.


Deusa Íris desfilou

Sete cores no caminho

Visitou trocentos ninhos

De colorir não cansou

Deixou no final um pote

Para os mais poetizados

Horizontes encarnados

Colecionou nos poentes

Nas frescuras dos nascentes

Deixou róseos aflorados.


A ninfa de amor morrido

Depois de chorar por nove

Nove vezes que comove

O espectro sortido

Virou uma flor amarela

Que quem se espanta por ela

Segue o sol no seu tormento

De colher sangue do vento

E soprar pra flor solteira

Que faz a maior besteira

De seguir seu movimento.


O sol mudando de tino

Foi a lua engravidando

E no firmamento dando

A luz pro feto destino

E a lua de sol no hino

Atraiu flor amarela

Que da noite mais singela

Pegou na coruja o voo

E com todo o seu enjoo

Tornou a noite mais bela.


A madrugada com insônia

Faz força pra ser aurora

Fica segurando a hora

Nos rios da nossa Amazônia

Nisso brota Boto Rosa

Na pele fina do rio

Que jurou ser mais macio

Na revolta do remanso

Você me dá beijo manso

E seu amor vivencio.


HELIANA BARRIGA | Norte



CORDEL DE MULHER - HELIANA BARRIGA

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